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  • PINGO NOS IS / Ricardo Daunt de Campos Salles  
  • Código: 978-85-366-5258-0
  • Scortecci Editora - Crônicas - Formato 16 x 22 cm - 1ª edição - 2017 - 188 páginas

  • R$40,00
  • Muita gente, ao ler minhas crônicas, se admira da diversidade de assuntos tratados. Ao que eu sempre respondo: eu não sou Ph.D. em política, nunca estudei arte, muito menos joguei futebol. Embora homem de fé, minha religiosidade é questionável. Eu entendo de gente, para o bem ou para o mal. Sou observador, tenho a capacidade de me indignar e adoro relacionar fatos, fazendo relações que muitas vezes escapam ao senso comum. Mas, acima de tudo, odeio clichês e não tenho medo de não ser politicamente correto; ao contrário, adoro uma polêmica. É exatamente a diversidade que caracteriza as relações humanas, não importa se negócio de estado, exposição de arte, semana literária, culto religioso, jogo de futebol – enfim, todas as atividades têm relação entre si e podem definir a essência do momento. O futebol acabou refletindo a política do país quando foi derrotado pela Alemanha por 7 a 1, resultado do sentimento de derrota do brasileiro, indignado com a corrupção de seu governo e da FIFA. Agora que, ao que parece, a impunidade está com seus dias contados, o time brasileiro, depois de seguidas derrotas, conquista a medalha de ouro olímpica e o povo grita “o campeão voltou”, quando na realidade é a esperança que está voltando. Nos anos 70, política, futebol e arte interagem por ocasião do chamado “falso milagre”. Enquanto o governo militar obtinha enorme aprovação popular, o time brasileiro de futebol conquistava sua mais contundente vitória, e quem pagou o pato foi nossa música popular brasileira que, pelas mãos de seus próprios artistas, inviabilizou a carreira de um de seus maiores ídolos, Wilson Simonal, sob alegação de esse artista patrocinar a ditadura militar. Aliás, a polarização esquerda e direita não é prerrogativa da classe política e está entranhada no meio artístico que, em nome de uma pseudojustiça social, criou obras maravilhosas que até hoje extasiam o público, independentemente de sua coloração ideológica. Daí a censura contra a força que só o artista consegue imprimir na sua arte, que acaba ameaçando os detentores do poder. Enfim, o mundo é um mosaico de atitudes e sentimentos, ações e omissões, intuição e lógica, talento e esforço, e tudo aquilo que é mensurável ou imensurável, pertinente ou inominável, geral ou particular, o que, em maior ou menor grau, acaba definindo um determinado tempo. E é justamente na urgência desse tempo que os artigos deste livro foram escritos, referindo-se a um ciclo que, ao que tudo indica, está chegando ao fim neste país.

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