+ Ampliar Foto
fechar x clique na foto para trocar
  • DESEJO DE RUPTURA / Raphael Fernandes Alvarenga  
  • Código: 978-85-366-2607-9
  • Scortecci Editora - Crítica Literária - Formato 14 x 21 cm - 1ª edição - 2012 - 268 páginas

  • R$35,00
  • Compostos independentemente, os ensaios de Desejo de ruptura têm em comum certa configuração de problemas, que inclui questões e impasses ligados à constituição do sujeito na modernidade. Assim, o ensaio que abre o livro, sobre Hamlet, discerne no texto shakespeariano uma afinidade com a experiência especulativa cartesiana e sublinha a dimensão político-emancipatória do sujeito que da ruína de todo um mundo e da insatisfação com a ordem vigente se constitui fundado em si mesmo, vale dizer, suporta a negação de sua identidade imediata, tornando-se capaz de formar juízo autônomo, de formular e sustentar desejos e projetos próprios. O ensaio seguinte trata da lírica de combate concebida por Baudelaire em fidelidade à memória dos acontecimentos de 1848 – das promessas de liberdade ao sangrento esmagamento de sua possibilidade – e como contraponto ao clima de esquecimento e capitulação geral reinante na Paris do Segundo Império. Em sua poesia vem à tona a noção de um sujeito que, sem se deixar embasbacar, aceita se perder, mergulhar fundo nos abismos da miséria moderna, mas para retornar a si fortalecido pela confrontação com o negativo. O terceiro ensaio propõe uma leitura renovada de Heart of Darkness, novela de Joseph Conrad que narra a descida ao mundo infernal da total dominação das coisas sobre os homens, no qual os sonhos se revertem em loucura e a razão, tiranizada pelo capital, regride ao mito, como que solapando a capacidade de resistência aos apelos de potências ir-racionais violentas. Comentário crítico de Berlin Alexanderplatz, romance de Alfred Döblin, o quarto ensaio procura mostrar que, para além da participação nas trevas, haveria na história do proletário marginal Franz Biberkopf, como ponto de fuga, algo do antigo projeto esclarecido que não dissocia consciência do desejo e desejo da consciência, justamente o que naufraga na sociedade totalmente colonizada pela mercadoria. A compreensão de que a emancipação humana depende do reconhecimento e da organização pelos indivíduos de suas próprias forças como forças sociais ganha formulação original em Brecht, cuja obra é revisitada no ensaio final. O pensamento dialético, o didatismo e o distanciamento crítico, hoje tão depreciados, aparecem como armas indispensáveis na luta contra o irracionalismo totalitário, de cuja experiência ainda não estamos livres.

OPÇÃO PAGAMENTO VIA PIX - ENTRAR EM CONTATO POR MEIO DO WHATSAPP NÚMERO (11) 95520-3535.
Voltar