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  • UM DEMÔNIO CHAMADO MULHER / Lé (Alfredo Assumpção)  
  • Código: 978-85-7372-460-8
  • Scortecci Editora - Poesia - Formato 14 x 21 cm - 2ª edição - 2008 - 240 páginas

  • R$35,00
  • Este livro, dividido em oito partes, sendo que a primeira vem a ser o prólogo que busca sinalizar a temática geral da obra - o binômio Amor-Mulher - não é somatório de blocos estanques. O binômio é o núcleo detonador, caleidoscópio que gira e gira em múltiplos focos de espelhos e contra-espelhos deste tema arrebatador. Se o Amor por si, é a essência da vida, carregando consigo (desde que o mundo é mundo) vendavais e auras acariciantes, a Mulher, por seu turno é - dentro dele e por causa dele - a deusa que sobe aos céus e a força demoníaca que desce aos infernos. Tudo isto temos aqui, neste livro sedutor, instigante, intrigante, espicaçante, chocante e comovedor. Vai do realismo cru à leveza romântica; da aflição ao lirismo tênue e contido; da perplexidade ao aconchego amigo. Apesar dos módulos que a dividem, é obra para ser lida e sentida no seu conjunto, porque há um "balanceio" de atração e repulsão (ou aflição) do começo ao fim. É que o autor é por demais abrangente; é que ele não se contenta nunca - nem com a perfeição dos versos e poemas, como se apresentam aqui. Ele se sufoca e se redime constantemente em mensagens de infinitos apelos, sem soluções possíveis, que são muitas as armadilhas do Amor. Porque – sabe o autor e aqui está – O Amor e a Mulher e o homem metido dentro desse funil veloz, cirandam eternamente, e eternamente será assim. Pouco temos visto uma obra como esta, tão palpitante e a um tempo una e difusa. O poeta, ele próprio, vê-se não perdido, mas sem alvo certo - porque não há - dentro dessa roldana, quando pergunta: "Como entender o que se passa/no coração de um poeta?" Parece um truísmo - quando não o é, porque é uma verdade perpétua e imanente ao espírito do poeta. Vê-se bem que surgem dois pontos nodais dentro desse amor multifacetado do autor: a solidão e a amada indefinida mas presente, quase corporificada, ao correr do emaranhado de aflições, dores e benquerenças. Diz o poeta: “Ninguém se importou ainda/com a minha poesia, exceto você”, num dos seus belos poemas. Nestes dois versos simples está a chave (ou uma delas) do sentimento totalizador destas criações. Ou: “Este é o esqueleto de mim/que consegui juntar para você", exposto no poema “Esqueleto”. Até no módulo V - “Com o demônio no corpo” – onde o autor busca traçar mais detidamente o perfil feminino, lá está o dar-se total, a eterna oferenda, logo no pórtico: “Sinto sua/presença em mim,/ corpo e alma. - Não a tenho/Você me tem”. Não há como discorrer mais longamente em espaço curto, sobre obra tão pulsante como esta. Lé (Alfredo José Assumpção) é simplesmente assustador: como pôde ele cantar tudo, liberto de metáforas enganosas, em versos límpidos e líricos, sobre o Amor e a Mulher, até mesmo quando aflora a ponta da amostragem carnal e fisiológica? É que os poemas, longos ou pequenos, vêm em explosões continuadas e cada um deles dá o tom e o tônus próprios e concludentes. Poderíamos citar belezas continuadas destas criações, mas seriam apenas citações a mais, que o pouco que foi dito dará conta, embora palidamente, da beleza do todo da obra. E o curioso e notável é que, embora os muitos apelos, confissões, aflições e explosões inesperadas, não temos aqui uma obra de sentidas dores. Temos - como dizer? - não apenas Um demônio chamado mulher, temos mais: a ciranda masculina, que vem a ser o núcleo da ciranda da vida em torno da mulher, sua contrapartida e sua essencialidade. E temos – o que é mais importante – o talento criador de um Artista do verso, um dos favoritos dos deuses.
    Caio Porfírio Carneiro

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